17 de Março de 2022
Qual o intuito de partir para uma jornada individual? A gente sempre aposta em clichês como se sentir bem sozinho, ser independente, viver na própria companhia. Assim foi com a Sâmia, após receber uma boa proposta profissional e desembarcar em Paris naquele inverno de 2006. O mesmo aconteceu com a Cris, que sonhando com a Cidade Luz pediu demissão do emprego no Rio de Janeiro, reuniu as economias e aterrissou por lá logo em seguida. Por isso, as duas brasileiras relutaram tanto em tomar aquele café que um amigo em comum insistia que seria bom para ambas. Mania essa que as pessoas têm de achar que todas as pessoas de uma mesma nacionalidade que moram no estrangeiro deveriam se conhecer, pensou a Sâmia, rumo ao encontro que mudaria a direção da sua história em Paris.
Mas... foi match à primeira vista. Do café, vieram as festas, que viraram finais de semana inteiros, que se tornaram a divisão de um apartamento em Saint-Germain-des-prés. Desta vez, teve protesto do grupo de amigas, alertando que os perfis opostos das meninas – enquanto a Sâmia fala mais alto e é bem extrovertida, a Cris é mais tímida e discreta – poderiam não se encaixar no compartilhar da rotina. A gritaria foi à toa, a dupla já estava muito afinada sobre como gostaria de passar os próximos dias em Paris. Viraram “marie” uma da outra, apelido carinhoso que criaram em uma adaptação livre da palavra marido em francês com a letra “e” no final, que é a referência feminina para a língua. E vamos combinar: ter uma amiga inseparável para chamar de “marida” é um clássico, não é?
Foram incontáveis momentos no apartamento minúsculo do bairro nobre da capital francesa e histórias memoráveis para guardar para contar para os netos. Quando a gente mora fora e constrói uma amizade assim, o amigo vira família, irmão, conselheiro, mentor, definiu bem a Sâmia relembrando a relação com Cris. Aliás, aproveito a deixa aqui para dar uma dica, o aplicativo Pinguim, que conecta viajantes com os mesmos objetivos e vontades. Baixa lá para ter uma experiência como essa.
Só que um dia a marie encontrou um marido, e não era no sentido figurativo, era verdade verdadeira. E Sâmia a viu partir para a Suíça por uns dias, por uns finais de semana, até que não voltou. Em seguida, era a vez de Sâmia retornar ao Brasil. Apesar da distância, as duas nunca estiveram longe e puderam se reencontrar em momentos importantes, para ser madrinha de casamento uma da outra, e em uma viagem com os filhos, provando que os anos passam, as situações mudam, mas amizades perduram. Sâmia define: é uma relação muito forte de encontro. O encontro nos favoreceu.
Que a gente não evite os encontros que a estrada nos proporciona.
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