08 de Outubro de 2019
Oi. Já reparou quantas vezes a gente costuma se dar “oi” por dia? “Oi” ao acordar. “Oi” como que se procurando pela casa. “oi” quando quer ter mais atenção do outro. Esse hábito me veio à mente quando eu estava repassando o passo a passo da nossa rotina. Ele vem intervalando entre o momento em que tu acorda e quer dividir os teus sonhos, em que preparamos o café da manhã juntos ou sentamos lado a lado para assistir uma série tomando um vinho. A saudação sempre vem para lembrar ao outro que estamos presentes. Que tem gente do lado de cá. Que tem abertura para a conversa. Que já dá para largar o celular.
foto por Ale Pinho
Sabe, amor, eu já não fui muito de dar “oi”. Foram muitos “tchaus”, “adeus”, “quem sabe a gente se vê”, por este mundo e por esta vida. Eu sempre tive facilidade para colocar a mochila nas costas e apertar o passo. Mas aí tu surgiu. E não deu vontade de ir embora de ti. Fez sentido voltar. E a estrada parou um tantinho. Afinal de contas, eu descobri alguém que gosta mais da estrada do que do destino final. Porque dá para conversar horas a fio. Alguém que odeia ir dormir – porque tem que parar de conversar – e acorda de bom humor – porque dá para começar a conversar.
foto por Ale Pinho
Aliás, pensando aqui, contigo, eu passei a dar “oi” para um tantão de novos hábitos. E, hoje, eu queria te agradecer por isto, por ter me transformado naquela pessoa que quer ficar. Que vê sentido em estar. Tu me ensinou a abrir a janela de casa para ver o pôr-do-sol, a ter paciência ao preparar os nossos ovos mexidos, a ouvir com atenção e a elaborar jantares longos, nem que sejam para estarmos em silêncio, mas na companhia um do outro e a manter a casa florida. Mas, mais importante que isto, tu me ensinou que o amor pode ser leve. Ou melhor: que é assim que ele é. E que, sim, ele pode crescer dia após dia – porque do jeito que o meu amor cresce por ti eu acho que vou ser virada do avesso em coração nas nossas bodas de ouro. Que bom que tu chegou. Que bom que tu me deu “oi” naquela festa que nós dois não estávamos tão afim de ir. Que bom que a gente se permitiu conectar, mesmo quando o cansaço já batia. E por hoje e por todos os momentos, eu gostaria de reforçar:
Oi, amor. Eu estou aqui.
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