27 de Março de 2017
A Gabi, sempre a Gabi. É esta menina doce que vocês veem na imagem. Com o marido trabalhando na Forbes, a Gabi, que foi minha assistente na Zero Hora e que um dia tentei ensinar algo, tem me feito aprender muito sobre Nova York desde que se estabeleceu por estas bandas com a missão de fazer e ser feliz. Há seis meses, quando visitei a Big Apple pela última vez, saí com uma sensação de “isto não é mais para mim”. O barulho, a poluição, a bizarrice, tudo me incomodou. Mesmo assim, encaixei NYC no meu roteiro de Volta ao Mundo. Desafio-me. Não é possível.
Solidária ao meu sentimento, a Gabi sintetizou: “Onde estão as pessoas de verdade de Manhattan, sabe?”. Era isso! Onde estão as crianças correndo, os cachorros passeando e os velhinhos caminhando de cabeça baixa e mãos atrás das costas? Só vejo executivos, turistas e pessoas bem-sucedidas de meia-idade praticando jogging no parque. Foi aí que, junto à Agência Diário de Bordo, de Porto Alegre, tivemos o insight: ficar hospedada no Brooklyn. Virar a chave de vez. Tentar algo novo.

A Luciane Garcia, proprietária da Diário, instalou-me no The William Vale Hotel, em Williansburg, que, recentemente inaugurado, já tem um dos rooftops mais especiais da cidade. Que vista – mesmo que vocês não parem por lá, fica a dica: tomar um drinque no Westlight, no último andar. Ah, o restaurante Leuca também é incrível e está aberto ao público. A Lu, que está capitaneando minha volta ao mundo, também é a favor de buscar os cantinhos mais diferentes do planeta e sente que o Brooklyn está prestes a alcançar este posto.
Para quem quiser tentar a experiência, eu alerto: é diferente. É normal. Tem luz natural - não é todo aquele led. A neve acumula. Não é fácil achar estações de metrô e os táxis não são amarelos. Bem possível que você fique no engarrafamento. E não é quadrado, com números que sobem e descem a cada placa de esquina. É preciso vasculhar o mapa para encontrar nomes de ruas e avenidas. Mas, sim, tem vida de verdade. Ao que tudo indica, é ali que os humanos como nós estão escondidos. Sobre restaurantes, bares e cafés passa a ser um desafio comentar. Um mais charmoso e aconchegante que o outro. Mas o melhor é caminhar sem rumo, livremente, não precisando desviar das câmeras fotográficas.

O motorista do Uber, que mora na região há bons anos com a família, confirmou que o Brooklyn se tornou o distrito mais caro para se morar em NYC. Por um motivo simples: todos estão se dando conta que Manhattan é coffee to go e Brook é cappuccino espumado em uma caneca retrô. Anne Hathaway, Olivia Palermo e Norah Jones são algumas das celebridades que se deram conta disto e estacionaram seus sofás pela volta. Um adendo: se você é fã de arte de rua, o espaço é um museu aberto, com chances de, seguidamente, encontrar os pintores trabalhando.

Pouco antes de fechar a mala para tocar o barco para Manhattan – onde passo o resto do período -, conversava leve com a Gabi, que finalizou com um sorriso daqueles de canto de boca (I knew it!): “fez as pazes com NYC, né?”. Sim. Parece que o Brooklyn foi o juiz de paz na causa. Desembarquei em uma sexta-feira à noite, em pleno Times Square fervendo, tranquila. Pronta para outra. Não adianta, as relações, por mais intensas e fortalecidas que sejam, sempre precisam de uma espécie de break. Tempo para respirar, organizar as ideias e sentir saudades.
Dicas do Brooklyn pela Agência Diário de Bordo:
- Passear pelo Dumbo: Dumbo quer dizer Down under the Manhattan Bridge Overpass e a região entre as duas pontes é onde está localizada amaior parte das lojinhas, galerias, restaurantes, cafés.
- Recomendo deixar a sobremesa para o sorvete do Brooklyn Ice Cream Factory, que é orgânico e feito ali mesmo. Na mesma área, com uma vista incrível de Manhattan fica o famoso River Café.
- A Stewart/Stand Design Store é uma perdição! Daquelas lojas que dá vontade de comprar tudo e com várias descobertas bacanas. Já a Zakka, tem uma pegada japonesa com Toy Art, T-shirts, livros dedicados à criatividade.
- Jaques Torres: a chocolateria tem outros endereços pela cidade, mas a do Dumbo é um charme só! Vale a visita apenas para um chocolate quente. Lá você encontra várias lembrancinhas gostosas.
- Para terminar o dia, passe no rooftop do The William Vale Hotel. Trata-se de uma das vistas mais lindas da cidade e fica aberto tanto no inverno como no verão.
Três lugares para ouvir um bom jazz:
O tradicional Blue Note - 131 W. 3rd Street - Geralmente tem shows as 20:00 e as 22:30. Reservar.
Birdland- também bem tradicional e muito recomendado - 315 West 44th Street. Reservar.
Dizzy’s Club Coca-Cola - é o “braço” jazz do Lincoln Center - 10 ColumbusCircus (tem sessões as 19:30, 21:30 e 23:30). Vale apenas já jantarem no local. É bom reservar.
** A jornalista ficou hospedada no The William Vale Hotel a convite da Agência Diário de Bordo.
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